segunda-feira, 22 de novembro de 2010

PADRE JEAN JURION : O MICROCHIP DO ADN MOLECULAR

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RELENDO O PADRE JEAN JURION (*)

O MICROSHIP MAIS PEQUENO DO UNIVERSO CONTÉM TODA A INFORMAÇÃO DO MUNDO

20/Setembro/1994 - 1 - Se, como ensina a Biologia Molecular, temos em cada uma dos nossos 600 biliões de células, toda a informação do mundo, passado, presente e futuro, informação herdada por tudo o que ficou registado no Ácido Desoxiribonucleico do coloide proteico, a questão da nossa ignorância altera-se. E deixa de ser uma questão de ciência, para passar a ser uma questão de consciência. Um estado. Uma mutação da alquimia celular que me permita captar a informação que existe e aguarda apenas o momento de ser descodificada. Traduzida, se quiserem. A única questão é então a de como traduzir (descodificar) a informação contida no ADN e não a de existir ou não existir essa informação. Potencialmente, nascemos sábios. Culturalmente, reforçamos a nossa ignorância, através das mais desvairadas ciências.
2 - Se dermos crédito a uma dessas ciências - a Biologia Molecular - toda a informação está gravada no ADN de uma célula, multiplicando-se, em cada ser humano, pelos 600 biliões de células de cada ser humano: só temos de encontrar a linguagem em que essa informação está inscrita, o código para decifrar esse código (dito genético). Segundo o biologista molecular Etienne Guillé, o código genético pode ser traduzido, interpretado pelo nosso segundo código genético, aquele a que ele chamou, no livro «L'Alchimie de la Vie», «vibratório», para distinguir do outro, constituído por genes de estrutura. Se temos uma hereditariedade física - diz o professor de Orsay - e se podemos admitir ser bisnetos do Macaco, do Dinossauro, da Minhoca, também não temos outro remédio senão admitir que somos netos e bisnetos de Deus, outra palavra possível para a hereditariedade vibratória. Este código genético vibratório seria revelado na heterocromatina constitutiva, o outro «braço» do metro de ADN, através da capacidade telecinética dos metais (que Guillé limita aos 7 metais alquímicos).
3 - Uma das razões pela qual a informação contida no código genético estrutural não é directamente decifrável, é que fala uma linguagem a-espacial e a-temporal e rege-se por uma lógica diferente da lógica aristotélica a dois tempos (binária), conhecida pela designação de «terço excluído». Não se rege pelo princípio linear de causa-efeito mas obedece à simultaneidade, à multiplicidade de mecanismos de reacção. Esta lógica do simultâneo e do contraditório - lógica simbólica, como alguns lhe chamam - admite o terço ou terceiro e não se fica pelos dois clássicos termos da antinomia do «sim» e do «não». Admite o «NIM» e por isso se chama «lógica do contraditório» (Stephen Lupasco, um dos autores citados por Etienne Guillé). Uma coisa pode ser, pode não ser mas pode também «ser e não ser ao mesmo tempo». Ao introduzir a Ambiguidade no pensamento do ser humano, esta lógica do contraditório deixa-o exposto aos ventos do eterno e do infinito, sem as defesas do «racional» onde esse pensamento se refugiou desde há uns milhares de anos a esta parte... Pela lógica do contraditório, tudo o que for afirmado está correcto. «Emerge» daqui outra consequência: a linguagem dos sonhos - a lógica contraditória por excelência - exprime de certo modo essa «lógica do contraditório» ou «lógica do simbólico». Todo o discurso está certo e contém uma informação: e, segundo parece, nem a «análise global dos sistemas» (constantemente citada por Etienne Guillé) o consegue decifrar. O discurso da lógica do contraditório é apenas igual a si mesmo.
4 - É o pêndulo, mais uma vez, o único instrumento de medida e leitura de que dispomos, capaz de se mover neste meio informativo polivalente. Na Simultaneidade e na Sincronicidade. Exemplo de sistema a N variáveis é o dos números do Totoloto, sistema a 56 variáveis ou esferas que, na Caixa da Santa Casa da Misericórdia, se mexem em movimentos «brownianos» indetectáveis e insondáveis pelo pensamento humano ou por qualquer máquina, mesmo electrónica, fabricada pelo pensamento humano. Capaz de pensar o simultâneo e de entrar em ressonância vibratória - síncrona - com esse sistema de 56 variáveis, será, em princípio, o pêndulo, desde que o suporte de quem o trabalha tenha a suficiente fiabilidade. Com prática e intenso trabalho dos metais, o suporte consegue essa fiabilidade, por mais estagnado ou bloqueado que esteja. A palavra fiabilidade significará então a capacidade de traduzir o que racionalmente é intraduzível. Ler o simbolismo contido num sonho é adivinhar esta ou aquela parte da informação molecular contida no ADN. Em potencial, está lá toda a informação. Trata-se, trabalhando os metais, não só de tornar fiável a transmissão dessa informação como de a traduzir para a linguagem comum a dois tempos, o sim-e-o-não.
5 - Estes são, porventura, alguns dos motivos que tornam os textos de radiestesia alquímica «confusos». Uma das expressões infelizes, mas muito usadas, é certamente a de «método global da análise dos sistemas». Se é global não é analítico... Não há forma global de analisar, porque a análise, em princípio, contraria o global. O que há é uma forma de traduzir (descodificar) algo de global (e que só tem sentido nas suas interacções múltiplas) para a nossa parcelar (e dual) visão racional das coisas. Enquanto tivermos 2 cérebros, dois olhos, dois ouvidos, dois ADN's, dois braços, duas pernas, dois rins, duas aurículas, dois ventrícolos, dois pulmões, a nossa constituição é espectacularmente dual. Mas enquanto tivermos um terceiro olho e pudermos fazer «emergência» de um terceiro termo que supera dialecticamente os dois termos contrários, há a esperança de podermos percepcionar o que até agora permanece informação oculta potencial no nosso ADN. A informação do código hereditário não é de lógica dual e se fosse não poderia estar contido num micro-ship infinitamente infinitesimal(passe a propositada redundância) como é o ADN. Mas é o pêndulo e só o pêndulo, por ressonância vibratória, o único instrumento capaz de ampliar, ou amplificar, 600 biliões de vezes esse micro-ship infinitamente pequeno do nosso ADN. Talvez seja este número o que explica a possibilidade que o pêndulo tem de conhecer e saber o que o nosso cérebro não poderia nunca saber. Tudo se passa, de facto, ao nível do infinitamente pequeno da célula. Mas como «os extremos se tocam», é infinitamente provável que o infinitamente pequeno da célula vá tocar o infinitamente grande do Cosmos (o Universo seria então esférico). O que torna um pouco mais verosímil a informação passada por Etienne Guillé de que existem genes cósmicos. E de que o gene do cancro está simultaneamente no Cosmos. «Todos temos a informação do Cancro», dizem-nos com ar de ameaça.
6 - Aliás, não há muito a «compreender» espacialmente nestas questões: e o erro mais frequente, em radiestesia alquímica, é querer que as várias matérias encaixem logicamente umas nas outras. Elas encaixam, sim, mas segundo o modelo «esfera de areia» e respectivas interdependências (interacções) verificadas entre os milhões de grãos de areia quando essa esfera é posta em movimento. É o modelo das esferas da Santa Casa da Misericórdia...todas as noites na televisão. Só por uma questão didáctica a radiestesia espacializa, em múltiplos diagramas, as matérias a dar. Mas nada disso existe no espaço. E por isso esses esquemas ou diagramas não têm entre si articulação possível, coerente, lógica. São plataformas - setups - no «racional» para chegarmos à informação do irracional. Essa irracionalidade deveria ser assumida (mais do que é) nos livros explicativos da radiestesia alquímica. É confortável, para o Aprendiz, ver que há uma hierarquia cósmica que vai desde o Canal Cósmico até ao Ser Humano. Mas esta espacialidade é ilusória, é uma construção mental do nosso racional, uma construção racional do nosso mental, porque a realidade vibratória existe fóra do espaço-tempo, não está submetida, tal como a informação quântica não está, às leis lineares do espaço e do tempo. De causa e efeito.
7 - Perante os diagramas que nos são fornecidos nos livros de radiestesia alquímica, só teremos que «decorar» sem tentar racionalmente perceber. E ter fé de que no inconsciente, no ADN molecular, tudo faz sentido. Só podemos interrogar o pêndulo. E ele - que se move também no espaço sem espaço e no tempo sem tempo - no absoluto? - irá tentar extrair um caminho, uma linha coerente no meio de N variáveis. Os sistemas vivos, por exemplo, só têm sentido e só existem «vivos» nessa globalidade. Nessa interdependência de todas as partes. Nessa inter-relação e inter-reacção. Analisados, morrem. Para detectar um fenómeno vivo, não podemos analisá-lo. Analisá-lo é matá-lo. «Análise global dos sistemas», enfim, é uma designação infeliz adoptada pela radiestesia alquímica, a partir do livro de Louis Bertalanfy.
9 - A aprendizagem de uma língua é um bom exemplo do que se tem estado a dizer: postulada a informação molecular contida no núcleo da célula, todas as línguas estão lá contidas. A aprendizagem de uma língua, como de qualquer outra matéria, não é mais do que um «acordar» dessa informação previamente ali contida. Não aprendemos nunca nada. Apenas recordamos Apenas acordamos o que potencialmente existe em nós. Por isso em radiestesia alquímica se fala tanto em «desenvolver potencialidades». Oxalá esse princípio fosse sempre bem compreendido por todos os que a praticam.
10 - A distinção entre memória e imaginação está claramente descrita pelo Padre Jean Jurion, radiestesista e autor do livro «Radiésthesie - Techniques et Applications» (*). Depois de lembrar que a hereditariedade «psíquica» (a que chamaríamos, em radiestesia alquímica, vibratória) não respeita apenas ao indivíduo mas ao grupo social, ao grupo regional e à raça, Jurion esclarece que «essa representação do mundo não está armazenada pelos neurones como um objecto qualquer», porque, como diz, o cérebro é capaz de uma actividade autónoma: pode reproduzir uma actividade passada, que é a memória, mas pode ser constantemente «criador» - e é a «imaginação» - aquilo a que, em Radiestesia Alquímica, se chama «função emergente». Também o que se chama «instinto» e «inconsciente», em psicologia clássica, está contido nesta explicação. Um radiestesista em actividade terá mais o aspecto de quem se guia (deixa guiar) pelo instinto do que pela razão - que é toda a superestrutura, em princípio falseadora, da cultura, educação, etc. Do que se trata, em Radiestesia Alqímica, com o pêndulo, é de regressar a antes da superestrutura. Por isso se diz que o «pêndulo é um inconsciente ambulante». Segundo esta «psicologia dinâmica» do Padre Jean Jurion, trata-se, com o pêndulo, de desenvolver, tanto como o raciocínio e a atenção - funções da vontade -, as outras funções que não dependem da vontade: o instinto, a intuição, a imaginação, a inspiração, a associação de ideias, o inconsciente, a capacidade de ver, sentir, ouvir para lá do ver, sentir e ouvir habituais...
11 - Utilizar o pêndulo na mesma disposição de espírito com que se usa o I Ching, é uma opção viável e, ao que penso, correcta. Como diz o padre Jean Jurion, «não se trata de redescobrir pela radiestesia o que já está adquirido como quem «arromba portas abertas». Segundo Jurion, o papel da radiestesia é outro: «ela não pretende substituir, nem mesmo ignorar, a bagagem científica e a experiência adquirida da técnica, ela não é a negação dos estudos, nem da investigação científica mas, graças à sua qualidade fundamental de teste, é um guia e um meio de aperfeiçoamento ao valorizar os meios de conhecimento.»
O pêndulo revela a sua específica função de «navegar no contraditório», de «navegar no simultâneo», nos momentos indecisos - os embaraços da escolha - que são os momentos em que, perante N variáveis, alguém tem de escolher uma de diversas variáveis. «Essa apreciação dos diversos elementos de pesquisa - lembra Jurion - é muitas vezes extremamente delicado, de forma que se pode chegar a conclusões diferentes, aparentemente tão válidas umas como outras.» Funciona assim como «tira-teimas» em casos de difícil decisão. «O pêndulo é - diz Jurion - como um «cérebro electrónico» que considerasse todos os parâmetros, não apenas os parâmetros descobertos pelo técnico, mas ainda aqueles que não pode avaliar ou que puderam escapar-lhe.»
12 - Questão de fundo, em radiestesia, é a da «sensibilidade» ou «insensibilidade» do sujeito em relação ao ambiente. Quando alguém nos passa à frente, numa bicha, sem se aperceber da nossa presença, pensamos com certeza que esse alguém é como se estivesse «insensível» ao que o rodeia, já que nos ignora. É como se estivesse cortado do seu contexto. As vias místicas conduzem a este tipo de autismo. A esta atenção interiorizante. O próprio yoga, que seria etimologicamente uma religação, pode levar, segundo temos visto, à mesma insensibilidade do meio circundante e, portanto, a uma desligação do meio. Se bem entendemos a radiestesia, como técnica de apurar a sensibilidade ao subtil, ela não pode levar a situações de autismo mas, pelo contrário, a uma hipersensibilidade das nuances da realidade. Em radiestesia, é fundamental que as informações fluam e passem. O contrário nega a radiestesia. Sempre que há bloqueio de informação - boas ou más - a radiestesia nega a sua essência. Há quem, em radiestesia, se preserve relativamente às informações que a priori considera negativas ou nocivas. Se postularmos, como fundamental, o princípio da transformação alquímica das informações, indesligável da radiestesia, não se trata de fechar portas à informação - mesmo as classificadas de más - mas de estar, por alquimia molecular, apto a transmutá-las: as boas e as más. A única «discriminação», em radiestesia, será nos níveis de frequência vibratória: o progresso em radiestesia verifica-se na sensibilidade a frequências vibratórias cada vez mais altas, aquelas que, no senso comum, reproduzido por Jurion, serão «as mais fracas», assim classificadas de «mais fracas», porque são as que uma sensibilidade deseducada capta, obviamente, com menos facilidade. Mais fracas para as fracas sensibilidades, elas são evidentemente as mais fortes para as sensibilidades mais fortes. Mais uma vez se verifica uma constante em radiestesia: as informações que recebemos do Cosmos são lidas por nós invertidamente. Por isso chamamos «mais fracas» às energias de mais alta frequência...
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(*) «Radiésthesie - Techniques et Applications», Belfond - Paris, 1976 na tradução portuguesa:«A Radiestesia - A Vida e os Campos Magnéticos» - Publicações Europa América - s/d

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